IA Participativa

Introdução Alimentar Participativa: como fazer, dicas e mais!

Conteúdo atualizado em por Nutricionista Mariana Jardim

A busca por informação sobre Introdução Alimentar ParticipAtiva aumenta a cada dia. Muitos dos nossos conteúdos mais compartilhados são sobre métodos de IA mais atualizados, como a IA ParticipAtiva e o BLW.

Ficamos muito felizes em ver o crescente interesse das mães em fazer o melhor pela alimentação dos seus pequenos. E ainda mais felizes por poder colaborar trazendo informação atualizada e de qualidade.

É por isso que este artigo foi especialmente produzido para quem está iniciando essa etapa tão linda de viver e ainda se sente um pouco perdida frente a tanta informação.

Quer saber o que esse artigo vai trazer de bom? Dá uma olhada nos tópicos que iremos abordar.

Tópicos deste post:
O que é Introdução Alimentar Participativa?
Benefícios da IA Participativa
Participativa x Tradicional x BLW
IA Participativa na prática
Cardápio
Referências

O que é Introdução Alimentar Participativa?

A IA ParticipAtiva é um método de Introdução Alimentar que busca respeitar a autonomia e a saciedade do bebê. Diferente da IA Tradicional, na ParticipAtiva a criança deve ser estimulada a manipular os alimentos, conhecer suas texturas e sabores, enquanto os pais também oferecem comida na colher. 

Esse método respeita as diretrizes recomendadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) que indica que “a alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de

horários, respeitando-se sempre a vontade da criança”. Ou seja, sem trocas, sem distrações e sem forçar você vai promover uma boa relação do bebê com a comida desde o início.

Inclusive, no Manual do Departamento de Nutrologia da SBP, a recomendação é de que o bebê pode sim receber os alimentos amassados, mas aconselha que ele também deve pegar os alimentos com as mãos, promovendo o aprendizado sensório-motor (Guia prático de atualização: a alimentação complementar e o método BLW, DC nutrologia-SBP, 2017).

Benefícios da IA Participativa

Os benefícios de adotar um método respeitoso como a IA ParticipAtiva são inúmeros. Os frutos serão colhidos além da infância, criando desde cedo hábitos saudáveis na vida adulta.

Previne doenças na vida adulta

Obesidade, hipertensão e diabetes são apenas alguns dos problemas de saúde que podem ser evitados quando a boa relação com a comida começa já na Introdução Alimentar. Há muitos estudos que comprovam a ligação destas e de outras doenças com maus hábitos alimentares.

Estimula a autonomia

A liberdade que esse método proporciona durante a refeição também estimula a autonomia da criança. Isso porque o bebê pode escolher o que e quanto quer comer do que lhe é servido.

Autorregulação alimentar

Não forçar e não usar nenhum truque para fazer a criança comer mais ajuda no desenvolvimento da autorregulação, que é a capacidade de saber o quanto precisa comer e perceber seus sinais de saciedade.

Menos problemas com seletividade na infância

Mães que aplicaram a IA ParticipAtiva, o BLW e o BLISS relatam que os filhos não apresentam tantos problemas com seletividade alimentar e comem uma variedade maior de frutas e verduras.

Participativa x Tradicional x BLW

A Introdução Alimentar ParticipAtiva é um meio termo entre a IA Tradicional (papinhas) e o método BLW. Isso porque permite que a criança se alimente sozinha e também seja alimentada.

Antes de continuar vale ressaltar as diferenças entre essas abordagens:

  • ParticipAtiva: O bebê explora a comida com as mãos, mas também é alimentado pelo cuidados com a colher;
  • Tradicional: Também conhecida como IA por Papinhas. Nesse método os alimentos são amassados e ofertados na colher para o bebê;
  • BLW: No BLW o bebê é quem fica no comando. A comida é deixada a disposição e o bebê come sozinho (com supervisão, é claro) e decide o que e quanto comer.

Muitas mães recorrem à ParticipAtiva porque veem problemas nas outras abordagens. Acham que a IA Tradicional não estimula tanto o desenvolvimento alimentar do bebê e acreditam que o BLW pode não garantir os nutrientes necessários (embora haja estudos que comprovem que isso não é verdade).

Por isso, na dúvida entre o melhor método para a IA do seu bebê, opte por aquele que a deixa mais segura. Quanto mais tranquila a mãe estiver para enfrentar as dificuldades desta fase, melhor.

IA Participativa na prática

Você já leu todas as teorias, recebeu um monte de dicas e está decidida a adotar a abordagem ParticipAtiva. Porém ainda não sabe exatamente como começar na prática, não é mesmo? Pois não se sinta sozinha, esse é um sentimento bastante comum nas mães que passam por essa fase.

É por isso que trouxemos dicas bem práticas agora, para que você possa começar a IA ParticipAtiva sem medo. Vem com a gente?

Escolha bem os alimentos: quando for às compras, lembre-se de escolher alimentos que possam ser oferecidos para o bebê pegar na mão. Exemplos: cenoura, beterraba, batata, abóbora, pera, banana, laranja, etc.

Prepare de formas diferentes: Você pode fazer purê de batatas mas também deixar um pedaço inteiro para o bebê pegar com a mão durante a refeição. Isso vale para diferentes alimentos, inclusive as frutas. Um exemplo: amasse a banana, mas também dê um pedaço que o bebê possa agarrar com as mãos.

Não tenha pressa: Deixe o bebê comer e explorar os alimentos com calma. Não o apresse! Quem tem noção de tempo é você, por isso para um bebê é perfeitamente normal ficar 1 hora sentado á mesa comendo, explorando e, é claro, brincando durante a refeição.

Não pire com a sujeira: Sim, vai fazer mais sujeira do que se você desse toda a comida na boca do bebê. Mas relaxe! Faça o máximo que puder para evitar maiores lambanças usando pratinhos com ventosas que aderem à mesa, babadores que cubram boa parte do corpo ou colocando uma toalha velha no chão, por exemplo. Aos poucos a sujeira vai diminuindo, pode acreditar!

Varie os alimentos e os temperos: Eu poderia citar dezenas de histórias que já ouvi de bebês que não comiam determinados alimentos e mudando a forma de apresentação ou o tempero, passaram a comer. Então quando a criança rejeitar algo, tente mudar a forma de preparar na próxima vez. Logo você começa a aprender os gostos do seu filho e tudo fica mais fácil.

Coma junto: O ideal é que o bebê faça as refeições junto com a família, sempre que possível. Isso porque bebês aprendem muito nos imitando e, além disso, comer junto também faz parte do desenvolvimento social. Inclua seu filho nas refeições da família e veja como ele irá se interessar mais pelo ato de comer.

Evite telas e distrações: Se comer distraído já é ruim para adultos, imagine para crianças. Proporcionar um ambiente calmo e livre de distrações vai fazer seu filho se concentrar no que está fazendo e, com isso, ele aprenderá muito sobre alimentação e sobre seus sinais de fome e saciedade.

Reduza as expectativas: Não é porque um bebê de 6 meses começou a comer hoje que ele vai automaticamente começar a fazer refeições como um adulto. Ele precisa compreender que a comida sacia sua fome, afinal até então ele se alimentava apenas de leite. E, provavelmente, ele ainda vai preferir o leite quando estiver com fome. Mas tenha em mente que tudo isso é normal e a Introdução Alimentar é um processo que pode demorar. Minha filha, por exemplo, começou a comer um quantidade maior de comida somente aos 9 meses. Até então ela apenas experimentava e comia pouco. Alguns bebês comem muito logo de cara, alguns só depois do primeiro aninho, ou seja, respeite o tempo do seu filho e mantenha as consultas com o pediatra em dia para ter certeza de que ele está saudável. 

Cardápio

Se você precisa de um empurrãozinho a mais para se organizar, nós temos um material especial para você. Com ajuda da Nutri Bruna Luiza, criamos um cardápio para bebês de 6 meses a 1 ano.

Um cardápio completo e equilibrado, com todas as refeições. Com ele você tem as próximas 4 semanas planejadas, com a certeza de estar oferecendo os alimentos certos e refeições nutritivas ao seu bebê.

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Referências

Manual do Departamento de Nutrologia – Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

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