A neofobia alimentar infantil é um desafio comum enfrentado por muitas mães de bebês e crianças pequenas. Afinal, essa fobia se caracteriza pela aversão ou recusa em experimentar novos alimentos, resultando em uma alimentação limitada e desequilibrada.
Neste artigo, trouxemos informações atualizadas sobre as causas da neofobia alimentar infantil, os sintomas associados a ela, opções de tratamento e sua prevalência entre as crianças.
Causas da Neofobia Alimentar Infantil
A neofobia alimentar infantil pode ser atribuída a várias causas, incluindo fatores biológicos, comportamentais e ambientais. Em termos biológicos, estudos sugerem que as crianças podem ter uma predisposição genética para serem mais seletivas em relação aos alimentos. Além disso, a sensibilidade a gostos amargos, presentes naturalmente em alguns alimentos, pode contribuir para a aversão alimentar.
No que diz respeito aos fatores comportamentais, o estágio de desenvolvimento da criança desempenha um papel importante. Durante os primeiros anos de vida, as crianças estão mais propensas a manifestar neofobia alimentar, pois estão aprendendo a explorar o ambiente e têm uma inclinação natural para desconfiar do desconhecido. Além disso, experiências negativas anteriores com alimentos, como engasgos e vômitos, podem levar ao desenvolvimento dessa fobia.
Ao mesmo tempo, os fatores ambientais também desempenham um papel significativo na neofobia alimentar infantil. O comportamento dos pais e o ambiente alimentar influenciam fortemente as preferências alimentares das crianças. Pois se os pais são seletivos em relação aos alimentos ou oferecem uma variedade limitada de opções, isso pode afetar negativamente a disposição da criança para experimentar novos alimentos.
Sintomas da Neofobia Alimentar Infantil
Os sintomas da neofobia alimentar infantil podem variar de criança para criança, mas geralmente incluem recusa em experimentar novos alimentos, ansiedade ou estresse em situações de alimentação e preferência por alimentos familiares e conhecidos. A criança pode apresentar resistência ativa, como chorar ou recusar-se a comer, ou simplesmente evitar novos alimentos sem manifestar nenhum comportamento negativo.
Esses sintomas podem levar a uma alimentação desequilibrada, com uma dieta limitada em variedade e nutrientes essenciais. A longo prazo, a neofobia alimentar infantil pode resultar em deficiências nutricionais e impactar negativamente o crescimento e desenvolvimento saudável da criança.
Como Tratar a Neofobia Alimentar Infantil
O tratamento da neofobia alimentar infantil envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui a participação de pais, cuidadores e profissionais de saúde. Para ajudar no tratamento, listamos algumas estratégias eficazes para lidar com essa fobia:
- Exposição gradual: Introduza novos alimentos de forma gradual, oferecendo pequenas porções junto com alimentos familiares. Isso ajuda a criança a se familiarizar com o novo alimento sem sentir uma pressão excessiva;
- Modelagem de comportamento: Os pais desempenham um papel crucial ao serem modelos positivos de alimentação. Ao demonstrar entusiasmo e prazer ao experimentar novos alimentos, eles incentivam a criança a fazer o mesmo;
- Ambiente acolhedor: Crie um ambiente descontraído e sem pressão durante as refeições. Portanto evite forçar a criança a comer algo que ela não quer e ofereça uma variedade de alimentos saudáveis, permitindo que ela escolha entre as opções disponíveis;
- Envolvimento da criança: Incentive a participação da criança nas compras e no preparo dos alimentos. Dessa forma você pode despertar seu interesse e curiosidade em relação aos novos alimentos;
- Repetições e exposição contínua: Não desista se a criança recusar um novo alimento inicialmente. A exposição repetida a um alimento pode ajudá-la a se familiarizar e aceitá-lo com o tempo. Portanto apresente o alimento novamente após um tempo e tente prepará-lo de diferentes maneiras;
- Busque orientação profissional: Se a neofobia alimentar persistir e afetar significativamente a alimentação e nutrição da criança, é recomendado procurar a ajuda de profissionais de saúde (nutricionista e pediatra). Eles podem oferecer orientações específicas e estratégias adicionais para lidar com a situação.
Prevalência da Neofobia Alimentar Infantil
A neofobia alimentar infantil é um problema comum enfrentado por muitas crianças em idade pré-escolar. Estima-se que cerca de 50% das crianças entre 2 e 6 anos apresentem algum grau de neofobia alimentar. No entanto, é importante ressaltar que, na maioria dos casos, essa fobia tende a diminuir com o tempo à medida que a criança amadurece e é exposta a uma variedade maior de alimentos.
Conclusão
Como você pode ver, a neofobia alimentar infantil é um desafio enfrentado por muitas mães de bebês e crianças pequenas. E as causas dessa fobia incluem fatores biológicos, comportamentais e ambientais.
Por isso reconhecer os sintomas e buscar estratégias de tratamento adequadas são fundamentais para garantir uma alimentação saudável e equilibrada para a criança. Com paciência, exposição gradual e um ambiente acolhedor, é possível superar a neofobia alimentar infantil e incentivar uma relação positiva com os alimentos.
Mas lembre-se de que cada criança é única e o apoio dos pais desempenha um papel crucial na superação dessa fobia.
Referências
JAWABIRI, Renata Haddad; SILVA, Maria Cláudia. Neofobia Alimentar Infantil e Suas Consequências. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Nutrição) – Faculdade de Ciências da Saúde, Centro Universitário de Brasília, [S. l.], 2018. Disponível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/12644/1/21504970.pdf. Acesso em: 18 maio 2023.
FILIPE, Ana Patrícia Pantoja da Silva Paisana. NEOFOBIA ALIMENTAR E HÁBITOS ALIMENTARES EM CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES E CONHECIMENTOS NUTRICIONAIS PARENTAIS. 2011. Tese (Mestrado em Psicologia) – Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa, [S. l.], 2011. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/5093/1/ulfpie039693_tm.pdf. Aces